Terebinto |
Diante da correria da vida profissional e mesmo das
atividades da nossa caminhada no Terebinto não raro, sentimos nosso coração pesar. Fazemos tantas coisas ao mesmo
tempo que muitas vezes não tiramos
proveito, em outras ocasiões, rezamos mas não sentimos nada, com risco de cair
no vazio da rotina, tão absorvidos estamos com a correria e com os nossos
deveres.
Não estou dizendo que sempre temos de sentir alguma coisa, não se
trata disso. Mas ressalto a importância em realizarmos qualquer ação com nosso coração aberto a tudo que o Senhor
quer nos manifestar e dessa forma a estarmos prontos a dar o melhor para o irmão. Monsenhor
Jonas Abib nos ensina que devemos nos doar inteiramente àquilo que estamos fazendo no momento. Ora, só
seremos capazes de dar o nosso melhor se estivermos dando a Deus o nosso Ser
por inteiro. É nossa vida de oração que nos leva a essa abertura com Deus. E no
Terebinto esse caminhar para se aproximar mais do Senhor se faz pela vivência
das cinco pedrinhas.
Depois de vivenciar o retiro do Terebinto em Brasília em
setembro desse ano (2014) voltei pra casa pensando no que as palestras serviram
pra minha vida. Fui um dos palestrantes e é gratificante poder passar às
pessoas aquilo que de bom alcançamos com a graça de Deus, mas a proposta do
retiro foi ir para águas mais profundas e me questionava o quanto tenho feito
pra avançar na espiritualidade. Isso me
preocupa, pois sei das minhas misérias e também que se as pessoas que estão a frente de uma obra
não viverem o que Deus pede, essa obra não vai adiante. É uma responsabilidade
e tanto.
Se tua oração não muda a ti, mude sua oração.
Essa frase, aprendida quando de uma peregrinação à
Medjugorje sempre volta a minha mente nos momentos de estagnação, ou de
deserto, quando não sei que direção seguir. Porque a oração tem que promover
mudanças em nós. E se não promove, algo estamos fazendo errado e é hora de
mudar a maneira de rezar!
Foi então, passado o retiro em Brasília, me dei conta que havia saído do jardim e tinha
retornado ao deserto. Deparei-me comigo, percebendo minha falta de zelo nas coisas de
Deus, Rosário mal rezado, poucas Missas na semana, jejum à meia boca, meu
descaso com leitura da Palavra e até uma demora em buscar a confissão. Pensando
bem, não fiz por mal, mas muitas vezes fui levado a essa situação, por estar
absorvido pelas atividades diárias que tem lá sua importância, mas cujas
preocupações nos fazem perder o sabor pela oração. Escravizados pelas coisas do
mundo ficamos cheios de preocupações,
cheios de si e vazios de Deus. Aí, chegamos pro Rosário em grupo no final de
semana e parece que a oração não flui como deveria, há um peso no ar, o combate
é mais difícil. Justamente porque não vivemos as pedrinhas não estamos
preparados como deveríamos para beber as graças do céu. Sabem aquela sensação de nadar sem sair do
lugar? Pois é. E assim,voltando ao inicio desse texto, é difícil estar plenamente abertos ao que o
Senhor quer falar para o grupo se não
houver dedicação diária, priorizando a qualidade na relação com Deus. A começar em mim. E cada um pode se
questionar também onde pode melhorar.
A falta da vivência das pedrinhas, por causa dos nossos
tradicionais altos e baixos, é um fator de risco para o esfriamento na fé e uma brecha onde entra o
inimigo, com suas ardilosas inspirações que podem nos levar à ruína do pecado. Mas
mesmo nessas horas de altos e baixos não podemos parar. É preciso seguir
adiante.
Entendo que para
chegar às águas mais profundas precisamos passar pela rebentação, isto é, onde
as ondas batem quando adentramos no mar, local onde as águas são mais agitadas.
Deus não chamou ao Terebinto pessoas perfeitas. Mas Ele nos confiou à Nossa
Senhora para que ela nos anime e nos ensine a seguir em frente no caminho da
santidade.
Nesse sentido comecei adotar algumas práticas para mudar
minha oração, afim de que uma oração melhor leve-me a uma conversão mais
profunda. Por exemplo, comecei a rezar o rosário diário, em voz alta, pra
evitar a dispersão. Às vezes, a luta na oração é tão grande que dá vontade de
parar. Num desses dias tive uma resposta maravilhosa. Foi quando durante o
rosário Nossa Senhora veio e falou no meu coração: ¨Filho, quem reza o Rosário, não peca. Quem reza o Rosário não comete
pecado mortal. “
Uma simples intervenção da nossa mãe reascendeu em mim a
vontade de ir em frente, de renovar-me. Gente, o Rosário bem rezado é certeza
de salvação. Não por ele em si mesmo, mas pelos frutos que alcançamos do
Senhor, frutos de conversão e mudança de
coração e de vida.
O Rosário foi por onde começou o Terebinto e é por onde tudo
se renasce e fortalece nessa espiritualidade. Nos momentos de
desanimo e tribulação os membros do Terebinto
vão ao deserto, sofrem a poda e renascem ainda mais pujantes.
Foi a partir desse
momento especial com Nossa Senhora vivido
nesses dias, que outras inspirações do céu foram surgindo. Como exemplo, menciono a própria criação
desse pequeno Blog. Um espaço onde as pessoas que Nossa Senhora escolher vão
poder tomar ciência da existência do Terebinto:
um grupo de servos de Maria Santíssima que intercede pela humanidade, pela humilde,
mas poderosa experiência da oração do santo rosário em grupo.
Em síntese, para
ir além é preciso reavaliar-se. Mesmo com desânimo renovar sua oração e
enfrentar as lides diárias. Confiantes que a partir da vivência das pedrinhas
estaremos aptos a cumprir nossa missão de intercessores da melhor maneira
possível. Ainda estava escrevendo essas linhas quando recebi o relato de como
foi o nosso grupo de Brasília no último sábado: "foi díficil porque as pessoas
estão vacilando nas pedrinhas". Um pequeno sinal, confirmando que o que escrevo
agora serve para mais pessoas.
E assim é feito o Terebinto. Das coisas simples, de
pequenos sinais de Deus, do esforço de cada membro, da luta para perseverar na
vivência das pedrinhas e da abertura interior ao que o Senhor deseja de nós. Sigamos
adiante, rumo às águas mais profundas.
Salve Maria.
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