quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Nossas lamentações são apenas teatro perto de quem realmente sofre, diz papa Francisco


Evitemos lamentações teatrais e rezemos por quem sofre verdadeiramente. Esta foi a mensagem principal do Papa Francisco na missa da manhã de terça-feira, dia 30 de setembro.

Na primeira leitura da liturgia deste dia, retirada do Livro de Jó, podemos ler: “Desapareça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: ‘Foi concebido um varão!’ Porque não morri no seio da minha mãe ou não pereci ao sair das suas entranhas?”

"Jó faz estas afirmações amaldiçoando o dia em que nasceu. Tinha perdido tudo: família, bens, saúde. Será blasfêmia?" – perguntou o Santo Padre.

“Tantas vezes eu ouvi pessoas que estão vivendo situações difíceis, dolorosas, que perderam muito ou se sentem sós e abandonadas e vêm lamentar-se e fazem estas perguntas: Por quê? Por quê? Rebelam-se contra Deus. E eu digo: 'Continua a rezar assim, porque também isto é uma oração". Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: "Por que me abandonaste?!”.

O Santo Padre recordou neste ponto da sua homilia as grandes tragédias da humanidade, “tantos irmãos e irmãs que não têm esperança”. Referiu o exemplo dos cristãos que são perseguidos e expulsos das suas casas ficando sem nada. E nós, – observou o Papa – que “não temos fome, nem doenças”, quando chega um pouco de “escuridão na nossa alma” zangamo-nos logo com Deus. O Santo Padre evocou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus.

“E ela, Santa Teresa, rezava e pedia para andar em frente, na escuridão. Isto chama-se entrar em paciência. A nossa vida é demasiado fácil, as nossas lamentações, são lamentações de teatro. Perante estas, estas lamentações de tantas pessoas, de tantos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a memória, que quase perderam a esperança – que vivem aquele exílio de si próprios, são exilados, também de si próprios – nada! E Jesus fez este caminho: da noite no Monte das Oliveiras até a última palavra da cruz: "Pai, por que me abandonaste!”

No final da sua meditação o Papa Francisco apontou duas ideias práticas: prepararmos o nosso coração para os dias de escuridão, e rezarmos com a Igreja pelos irmãos que perderam a esperança e que vivem no sofrimento e na escuridão.

(Rádio Vaticano)

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