sexta-feira, 14 de abril de 2017

José de Arimatéia e Nicodemos


Há pessoas neste mundo confiáveis e úteis enquanto as circunstâncias forem boas, mas, diante dos problemas, parecem tropeçar. Há outras de cujos problemas e perigo parecem brotar o que têm de melhor. Tais pessoas, nessas circunstâncias, mostram-se à altura da situação, demonstrando a coragem que não se tinha visto nelas até então. José de Arimatéia e Nicodemos se enquadram neste último grupo.
O problema era simples: quem enterraria Jesus? Não, não apenas quem o enterraria, mas quem lhe faria o sepultamento respeitável e compassivo de que merecia? Quem cuidaria para que o corpo de Jesus não fosse colocado num sepulcro comum, mas que Jesus estivesse "com o rico . . . na sua morte", como foi profetizado por Isaías (53:9)? Quem colocaria o seu corpo em "um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto"? (João 19:41).
A resposta haveria de vir de uma fonte surpreendente. Não seriam os apóstolos, pois a maioria deles estava se escondendo de medo dos judeus (João 20:19). Não seriam as mulheres que o seguiram fielmente, pois não tinham recursos para isso. Seria José de Arimatéia.
José S homem rico e membro proeminente do mesmo conselho que tinha condenado Jesus. José tinha muitas qualidades admiráveis. Ele era um homem justo e bom que esperava o reino de Deus. Ele se destacou entre os seus companheiros para crer em Jesus. Ele não permitiu que nomes como "blasfemo", "samaritano", "enganador" e "poder de Belzebu" o dispusessem contra Jesus. Quando o conselho havia condenado a Jesus, entregando-o a Pilatos para a sentença de morte, José "não tinha concordado com o desígnio e ação" (Lucas 23:51). Havia algo em José, entretanto, que não era bom. Até a época da morte de Jesus, ele tinha sido um discípulo de Jesus, "ocultamente pelo receio que tinha dos judeus" (João 19:38). Ninguém jamais deve se envergonhar de Jesus, independente das circunstâncias. Mas a morte de Jesus e a necessidade de ter um enterro decente trouxeram à tona o melhor de José. "Dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus", diz Marcos (15:43). McGarvey fala acerca do ato de coragem de José: "É estranho que aqueles que não tinham medo de ser discípulos tiveram medo de pedir o corpo do Senhor, mas aquele que teve medo de ser discípulo não temeu fazê-lo" (The Fourfold Gospel, p. 735). É bem possível que José, como Ester, tinha sido elevado ao cargo "para conjuntura como esta" (Ester 4:14).
Nicodemos S chefe dos judeus, fariseu, também membro do conselho. João, em seu relato, teve o cuidado de identificar o Nicodemos que ajudou no enterro de Jesus com o mesmo Nicodemos que antes veio a Jesus "de noite". Nicodemos, como José, tinha muitas qualidades excelentes. Ele tinha estado disposto a ouvir pessoalmente sem depender do que os outros diziam a seu respeito. Ele tinha reconhecido a legitimidade do ensino e do poder de Jesus: "Sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus" (João 3:2). Certa vez ele tinha questionado o conselho sobre a indisposição de ouvir Jesus com justiça (João 7:45-52). Nicodemos, porém, como José, não havia confessado abertamente a fé em Cristo. Na morte de Cristo, entretanto, corajosamente uniu-se a José no enterro, Nicodemos fornecendo o ungüento, e José, o túmulo.
Este artigo não pretende depor contra os apóstolos. A coragem, a fé, a lealdade e a dedicação deles tinham superado vários testes. Mas José de Arimatéia e Nicodemos foram aqueles que deram um passo a frente no momento em que os apóstolos falharam. Eles nos são uma inspiração. Os atos deles falam de coragem nas mais difíceis circunstâncias, de ficar de pé e ser útil no momento em que todos estão fraquejando, de mostrar admiração por outra pessoa bem no momento em que ela mais precisa de nós.
Será que José e Nicodemos alguma vez chegaram a professar a fé em Cristo abertamente e se submeter completamente à sua vontade? Não sabemos, mas gostaríamos de pensar que sim. Em caso negativo, a coragem deles nessa única ocasião não será suficiente para a salvação eterna, mas podemos ser gratos por esses dois homens que prestaram um maravilhoso serviço ao nosso Senhor, quando mais ninguém estava disposto a fazê-lo.

-por Bill Hall

Disponível em: http://www.estudosdabiblia.net/a10_12.htm

sexta-feira, 7 de abril de 2017

3 tipos de humildade segundo Santo Inácio de Loyola

A humildade, segundo o criador dos Exercícios Espirituais, é um processo crescente

O primeiro tipo de humildade é necessário à salvação eterna.
E consiste em me rebaixar e me humilhar tanto quanto me for possível, para obedecer em tudo à Lei de Deus, Nosso Senhor, de tal modo que, mesmo que me tornassem senhor de todas as coisas criadas neste mundo ou mesmo que estivesse em risco a minha própria vida temporal, nunca pensaria em transgredir um mandamento, fosse ele divino ou humano.
O segundo tipo de humildade é uma humildade mais perfeita que a primeira.
E consiste nisto: encontro-me num ponto em que não desejo nem sou propenso a possuir a riqueza mais do que a pobreza, a querer a honra mais do que a desonra, a desejar uma vida longa mais do que uma vida curta, quando as alternativas não afetam o serviço de Deus, Nosso Senhor, nem a salvação da minha alma.
O terceiro tipo de humildade é a humildade mais perfeita:
É quando, incluindo a primeira e a segunda, sendo iguais o louvor e a glória da Sua divina majestade, para imitar a Cristo, Nosso Senhor, e me assemelhar a Ele mais eficazmente, desejo e escolho a pobreza com Cristo pobre em vez da riqueza, o opróbrio com Cristo coberto de opróbrios em lugar de honrarias; e desejo mais ser tido por insensato e louco por Cristo, que, antes de todos, foi tido como tal, do que “sábio e prudente” neste mundo (Mt 11, 25).

16 razões incríveis para rezar o terço



Os santos da Igreja são nossos grandes mestres na arte de amar a Deus. Reunimos aqui os motivos que São Luís Maria Grignion de Montfort e o Beato Alano de la Roche nos dão para rezar o terço, com base nos benefícios desta oração.
Segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, o terço:
1) Eleva-nos insensivelmente ao conhecimento perfeito de Jesus Cristo;
2) Purifica as nossas almas do pecado;
3) Faz-nos vitoriosos contra todos os nossos inimigos;
4) Torna-nos fácil a prática das virtudes;
5) Abrasa-nos no amor de Jesus Cristo;
6) Enriquece-nos de graças e de méritos;
7) Fornece-nos com o que pagar todas as nossas dividas com Deus e com os homens;
8) Por fim, faz-nos obter de Deus toda espécie de graças.
E o Beato Alano de la Roche acrescenta que o Rosário é um manancial e depósito de toda espécie de bens:
9. Os pecadores obtêm o perdão;
10. As almas sedentas saciam-se;
11. Os que choram encontram a alegria;
12. Os que são tentados, a tranquilidade;
13. Os pobres, socorridos;
14. Os religiosos, afervorados;
15. Os ignorantes, instruídos;
16. Os vivos vencem a vaidade, e as almas do purgatório encontram alívio.
E você, está esperando o que para começar a rezar o terço? Aproveite esta maravilhosa fonte de graças!

(Adaptado de Virgem Imaculada)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

De Maria, nunca se consegue dizer o suficiente




Todos os dias, dum extremo da terra ao outro, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo prega, tudo exalta a incomparável Maria. Os nove coros de anjos, os homens de todas as idades, condições e religiões, os bons e os maus.
Os próprios demônios são obrigados, de bom ou mau grado, pela força da verdade, a proclamá-la bem-aventurada. Vibra nos céus, como diz São Boaventura, o clamor incessante dos anjos: Sancta, sancta, sancta Maria, Dei Genitrix et Virgo; e milhões e milhões de vezes, todos os dias, eles lhe dirigem a saudação angélica: Ave, Maria…, prosternando-se diante dela e pedindo-lhe a graça de honrá-la com suas ordens.
E a todos se avantaja o príncipe da corte celeste, São Miguel, que é o mais zeloso em render-lhe e procurar toda a sorte de homenagens, sempre atento, para ter a honra de, à sua palavra, prestar um serviço a algum dos seus servidores.
Toda a terra está cheia de sua glória, particularmente entre os cristãos, que a tomam como padroeira e protetora em muitos países, províncias, dioceses e cidades. Inúmeras catedrais são consagradas sob a invocação do seu nome.
Igreja alguma se encontra sem um altar em sua honra; não há região ou país que não possua alguma de suas imagens milagrosas, junto das quais todos os males são curados e se obtêm todos os bens. Quantas confrarias e congregações erigidas em sua honra! Quantos institutos e ordens religiosas abrigados sob seu nome e proteção! Quantos irmãos e irmãs de todas as confrarias, e quantos religiosos e religiosas a entoar os seus louvores, a anunciar as suas maravilhas!
Não há criancinha que, balbuciando a Ave-Maria, não a louve; mesmo os pecadores, os mais empedernidos, conservam sempre uma centelha de confiança em Maria. Dos próprios demônios no inferno, não há um que não a respeite, embora temendo.
Depois disto é preciso dizer, em verdade, com os santos:
De Maria nunquam satis… Ainda não se louvou, exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor, respeito, amor e serviço ela merece.
É preciso dizer, ainda, com o Espírito Santo: Omnis gloria eius filiae Regis ab intus – Toda a glória da Filha do Rei está no interior (Sl 44, 14), como se toda a glória exterior, que lhe dão, a porfia, o céu e a terra, nada fosse em comparação daquela que ela recebe no interior, da parte do Criador, e que desconhecem as fracas criaturas, incapazes de penetrar o segredo dos segredos do Rei.
Devemos, portanto, exclamar com o apóstolo: Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit (1Cor 2, 9) – os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça, da natureza e da glória. Se quiserdes compreender a Mãe – diz um santo – compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus: Hic taceat omnis lingua – Toda língua aqui emudeça.
Meu coração ditou tudo o que acabo de escrever com especial alegria, para demonstrar que Maria Santíssima tem sido, até aqui, desconhecida, e que é esta uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser. Quando, portanto, e é certo, o conhecimento e o reino de Jesus Cristo tomarem o mundo, será uma consequência necessária do conhecimento e do reino da Santíssima Virgem Maria. Ela o deu ao mundo a primeira vez, e também, da segunda, o fará resplandecer.
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São Luís Maria Grignion de Montfort, “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”

disponivel em: http://pt.aleteia.org/2016/12/08/de-maria-nunquam-satis/

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Quer aprender a rezar com Teresa D’Ávila?











Conheça algumas dicas de oração que esta grande santa e doutora da Igreja nos deixou:
Primeiro, é necessário criar um clima de oração.
É preciso fazer silêncio e nos perguntar: O que devemos fazer para experimentar a alegria da vida em comunhão com o Senhor?
Tem que ficar bem claro para nós o que ficou marcado na espiritualidade Teresiana:
1. Crer que Deus é uma pessoa que nos ama e nos procura. Deixar-se amar por Ele.
2. Tomar uma decisão corajosa, dedicando todos os dias um “tempo” à oração e ser fiéis a este tempo, custe o que custar.
3. Não se preocupar em pensar, refletir, mas em amar, sabendo que o Senhor gosta da nossa presença silenciosa.
4. Dialogar muito com Deus, como fazemos com o maior de nossos amigos.
O método teresiano-carmelitano
Caminhar sozinho é difícil; a ajuda fraterna de alguém que conhece bem o caminho nos conforta, pois faz-nos gastar menos tempo e com menos cansaço chegaremos com mais segurança à meta.
Há vários métodos de oração, assim como há vários métodos para aprender a tocar violão, piano, pintura, dirigir carro, línguas… O importante não é o método, mas sua finalidade.
Os métodos de oração têm como objetivo levar o homem a dialogo com Deus. Os métodos são passageiros, pois uma vez que aprendemos, cada um torna-se método de si mesmo.
No início da vida tudo se aprende. Também os maiores autodidatas tiveram necessidade de olhar para algum modelo e seguir os seus passos.
Seja claro. Teresa d’Ávila não escreveu nenhum método de oração; ela simplesmente relatou com simplicidade e humildade a sua experiência de Deus, através do caminho da oração.
Os Carmelitas e as Carmelitas Descalças, logo depois da morte da “Madre Teresa”, debruçando sobre seus escritos, formularam um método de oração, que foi apresentado pela primeira vez em 1591, estando presente o guia iluminado de Santa Teresa, São João da Cruz.
Em que consiste o método teresiano? – Desde o início desta nossa caminhada temos repetido mais de uma vez que para Teresa, Deus é amor e a oração é amor, é deixar-se amar. Na oração teresiana a afetividade ocupa um lugar de destaque sobre a reflexão intelectual.
No Carmelo vai-se a Deus mias com o coração, com o amor, do que com o esforço da inteligência.
O Carmelita ama através da fé, sem se preocupar demasiadamente em entender ou investigar o que ama. O amor não quer explicações: simplesmente ama. O coração embriagado e seduzido é embalado por uma força misteriosa que o faz delirar e o leva a uma entrega total, incondicionada, ao ser amado.
O método carmelitano-teresiano está alicerçado sobre duas expressões características de Santa Teresa:
– “A oração é um íntimo relacionamento de amizade, um entreter-se à sós com aquele de quem temos a certeza que nos ama”. (V. 8,5)
– “Para progredir no caminho da oração e subir às mansões a que tendemos o essencial não está no muito pensar, mas em muito amar”. (4M. 1,7)
A oração teresiana em sete momentos:
1. Colocar-se na presença de Deus, arrepender-se dos próprios pecados (rezar, confessar, fazer um ato penitencial), pedir a Deus a luz do Espírito Santo para que nos seja concedida a graça de encontrar-nos com o Senhor.
2. Leitura de um bom texto. De preferencia da Sagrada Escritura, “Imitação de Cristo, ou um livro que nos tenha feito bem. evitar livros que não conhecemos e que vamos ler pela primeira vez.
3. Reflexão sobre o texto lido, confronto com a Palavra de Deus.
4. Colóquio afetivo. É o centro da oração. Um diálogo íntimo com Deus, abertura do coração, falar com Ele face-a-face. Amar e deixar-se amar por Deus.
5. Agradecimento pelos benefícios recebidos; descobrir em nós e nos outros as maravilhas operadas por Deus.
6. Oferecimento de si mesmo, propósito. Deus é o Senhor da nossa vida. A Ele devemos oferecer-nos e entregar-nos com docilidade como o barro nas mãos do oleiro. Quem ama compromete-se: O propósito é o nosso compromisso de fidelidade, a nossa resposta á fidelidade e aliança terna de Deus conosco.
7. Pedidos de ajuda ao Senhor. Conscientes da nossa fraqueza, pedimos força e coragem ao Espírito Santo para darmos testemunho da verdade. É o último agradecimento quando já estamos prontos de novo para a luta pelo Reino de Deus.
O método carmelitano é um caminho calmo, sereno. Até no silêncio Deus fala ao homem que o procura.
“Vocês pensam que Deus não fala porque não se ouve a sua voz? Quando é o coração que reza ele responde.” (C. 24,5).
Texto retirado do livro: Deixe-se Amar, Experiência de Deus com Teresa D’Ávila. Frei Patrício Sciadini, O.C.D.

publicado originalmente em:  http://pt.aleteia.org/2016/10/14/quer-aprender-a-rezar-com-teresa-davila/

(via Felipe Aquino)

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

10 ensinamentos de Padre Pio

Herdeiro espiritual de São Francisco de Assis, o Padre Pio de Pietrelcina foi o primeiro sacerdote a ter impresso sobre o seu corpo os estigmas da crucificação. Ele é conhecido em todo mundo como o “Frei” estigmatizado.


O Padre Pio, a quem Deus deu dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muito testemunhos sobre a grande santidade do Frei, chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providencias junto a Deus foram para muitos homens causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito.
Alguns ensinamentos de Padre Pio que irão “sacudir” sua vida:
1. Não se preocupe com o amanhã. Faça o bem hoje.
2. Se Jesus nos faz assim felizes na Terra, como será no Céu?
3. Se o temor o deixa angustiado, exclame como São Pedro: “Senhor, salve-me!” Ele lhe estenderá a mão: aperte-a com força e caminhe alegremente”.
4. Procure fazer sempre melhor: hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje.
5. Se o demônio não dorme para nos perder, Nossa Senhora não nos abandona nem um instante sequer.
6. Quando desperdiça o tempo, você despreza o dom de Deus, o presente que Ele, infinitamente bom, abandona ao seu amor e à sua generosidade.
7. Sejam como pequenas abelhas espirituais, que levam para sua colmeia apenas mel e cera. Que, por meio de sua conversa, sua casa seja repleta de docilidade, paz, concórdia, humildade e piedade.
8. Faça sempre o bem, assim dirão: “Este é um cristão”. Suporte tribulações, enfermidades e dores por amor a Deus e pela conversão dos pobres pecadores.
9. Um convertido exprimiu o receio de tornar a cair. Padre Pio disse-lhe: “Eu estarei com você. Você poderia pensar, meu filho, que eu deixaria recair uma alma que levantei? Vá em paz e tenha confiança!”
10. Quem tem tempo não espera pelo tempo. Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje. As sepulturas transbordam de boas ações deixadas para depois… E, além disso, quem nos diz que viveremos até amanhã? Escutemos a voz de nossa consciência, a voz do real profeta: “Se ouvirdes a voz do Senhor hoje, não queirais fechar vossos ouvidos”. Devemos renascer e acumular somente as riquezas que nos pertencem, lembrando de que somente o instante que escapa está sob nosso domínio. Não podemos intercalar tempo entre um instante e outro, pois esse não nos pertence.

13 de outubro: 99 anos do Milagre do Sol realizado em Fátima!

AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Nossa Senhora apareceu resplandecente aos pastorinhos de Fátima pela primeira vez no dia 13 de maio de 1917.
As aparições continuaram nos sucessivos meses, sempre no dia 13, até o mês de outubro do mesmo ano.
Lúcia, Francisco e Jacinta eram os três pastorinhos que estavam brincando num lugar chamado Cova da Iria, em Portugal. De repente, observaram dois clarões como de relâmpagos e em seguida viram, sobre a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma Senhora de beleza incomparável.

Era uma “Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, irradiando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente“.

Sua face, indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de suave alerta. As mãos juntas, como rezando, apoiadas no peito, e voltadas para cima. Da sua mão direita pendia um rosário. As vestes pareciam feitas somente de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a cabeça da Virgem Maria e lhe descia até os pés.
Lúcia jamais conseguiu descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante. Com voz maternal e suave, Nossa Senhora tranquilizou as três crianças, dizendo:
Não tenhais medo. Eu não vos farei mal. Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos, sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez”.
Ao pronunciar estas palavras, Nossa Senhora abriu as mãos, e delas saía uma intensa luz. Os pastorinhos sentiram um impulso que os fez cair de joelhos e rezaram em silêncio a oração que o Anjo havia lhes ensinado:
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores”.
Passados uns momentos, Nossa Senhora acrescentou:
Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”.
* * *
13 DE OUTUBRO: O MILAGRE DO SOL
Na aparição do dia 13 de setembro, Nossa Senhora anunciou aos três pastorinhos de Fátima:
Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem”.
Pois bem. Em 13 de outubro de 1917, 70 mil pessoas, incluindo jornalistas, testemunharam o milagre que tinha sido anunciado pelas três crianças a quem Nossa Senhora tinha aparecido.
Ao meio-dia, depois de uma forte chuva que parou de repente, as nuvens se abriram diante dos olhos de todos e o sol surgiu no céu como um disco luminoso opaco, que girava em espiral e emitia luzes coloridas. O fenômeno durou cerca de 10 minutos e está na lista oficial de milagres reconhecidos pelo Vaticano.
Os céticos tentam atribuir o evento ao fenômeno atmosférico do parélio, mas sem apresentar provas e sem explicar como foi que as crianças o “previram”.
O “Milagre do Sol”, como ficou conhecido esse impressionante evento sobrenatural testemunhado por 70.000 pessoas, transformou o que era uma mera “revelação privada” em um autêntico apelo de Cristo à Sua Igreja. Não só o conteúdo da mensagem de Fátima dizia respeito à Igreja do mundo inteiro como a sua própria comprovação se deu publicamente, de maneira extraordinária: no dia 13 de outubro de 1917, “o sol dançou” diante de mais de 70.000 homens e mulheres, pobres e abastados, sábios e ignorantes, crentes e descrentes.
Conforme o depoimento do Dr. José Maria de Almeida Garrett, eminente professor de ciências de Coimbra, o que aconteceu naquele dia foi que o sol “girou sobre si mesmo num rodopio louco (…) Houve também mudanças de cor na atmosfera (…) O sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar ameaçadamente sobre a terra como se fosse para nos esmagar com o seu peso enorme e abrasador (…) Tenho que declarar que nunca, antes ou depois de 13 de outubro, observei semelhante fenômeno solar ou atmosférico”.
* * *
O SIGNIFICADO
Para o povo mais simples, o milagre se resume em bem menos palavras. Simplesmente, “o sol dançou”. Mais do que descrever fisicamente o fenômeno, o que interessava à maioria das pessoas era o que não se podia ver, mas que ficara patente por aquela portentosa obra que eles tinham diante dos olhos: Nossa Senhora verdadeiramente apareceu a três humildes pastorinhos em Fátima.
A Lúcia, Jacinta e Francisco, de fato, foi dada uma visão bem mais abrangente da realidade: a Virgem Maria, “abrindo as mãos, fê-las refletir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projetar-se no sol (…) Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul”, declararam eles.
Na última aparição da Virgem de Fátima, portanto, brilha perante os videntes a imagem da Sagrada Família de Nazaré!
Esse fato pode indicar que “o confronto final entre o Senhor e o reino de Satanás dirá respeito diretamente à família e ao matrimônio”. Quando o caminho ordinário de santificação da humanidade, que é o casamento, se encontra obstruído pela produção desenfreada da pornografia e pela popularização dos “pecados da carne” (que, segundo resposta da própria Virgem Maria à pequena Jacinta, constituem a classe de pecados que mais ofende a Deus), o resultado só pode ser uma perda incalculável de almas (realidade a que a Mãe de Deus já tinha aludido, quando deu às mesmas crianças a visão do inferno).
Naquele 13 de outubro, a Virgem Santíssima tinha um pedido especial, que ficaria gravado no coração dos pastorinhos.
Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.
Aos observadores mundanos, tal recado poderia parecer “arcaico” ou “irrealista”: um “espírito” que vem dos céus para falar de “pecado”? Em que século a autora dessas aparições acha que estamos? Pois bem, é justamente no século XX que Nossa Senhora aparece, e é a mesma mensagem de dois mil anos atrás que ela carrega consigo: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).
Acontece que os tempos mudaram, sim, mas o ser humano continua o mesmo. E os perigos que rondavam a humanidade na época de Cristo não mudaram. Para ser católico e seguir Jesus, nada mais elementar que o apelo de Fátima: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor”.
O Milagre do Sol não apenas confirmou as aparições de Maria em Fátima: ele também visa realizar um milagre muito maior e mais extraordinário que qualquer outro: a salvação das almas, a conversão dos pecadores; “para que todos acreditem” em Jesus e, acreditando, tenham a vida eterna.
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A partir de extratos de:


e “O Milagre do Sol, para que todos acreditem” (Christo Nihil Praeponere)



O Milagre do Sol, “para que todos acreditem”


​Quase um século atrás, o sol dançava na Cova da Íria, em Portugal. O significado e o alcance daquele acontecimento são, obviamente, muito maiores do que a própria mensagem de Fátima: a salvação das almas que Cristo comprou com o Seu sangue na Cruz.


EM OUTUBRO FAREI O MILAGRE, para que todos acreditem [1], disse Nossa Senhora aos três pastorinhos de Fátima, em 13 de setembro. O “Milagre do Sol” – como ficou conhecido o evento sobrenatural que se deu na Cova da Íria, um mês depois – transformou o que era uma mera "revelação privada" em um autêntico apelo de Cristo à Sua Igreja [2]. Não só o conteúdo da mensagem de Fátima dizia respeito à Igreja do mundo inteiro (afinal, quem está dispensado de rezar o Rosário ou fazer penitência pela conversão dos pecadores?), como a sua própria comprovação se deu publicamente, de maneira extraordinária: no dia 13 de outubro de 1917, “o sol dançou” diante de mais de 70 mil pessoas, homens e mulheres, pobres e abastados, sábios e ignorantes, crentes e descrentes.
No dizer de um eminente professor de ciências de Coimbra, o que aconteceu naquele dia foi que o sol "girou sobre si mesmo num rodopio louco". "Houve também mudanças de cor na atmosfera" e, por fim, "o sol, girando loucamente, parecia de repente soltar-se do firmamento e, vermelho como o sangue, avançar ameaçadamente sobre a terra como se fosse para nos esmagar com o seu peso enorme e abrasador". O parecer do Dr. José Maria de Almeida Garrett se conclui com uma perplexidade: "Tenho que declarar que nunca, antes ou depois de 13 de Outubro, observei semelhante fenómeno solar ou atmosférico".
Para o povo mais simples, o milagre se resume em bem menos palavras. Simplesmente, "o sol dançou". Mais do que descrever fisicamente o fenômeno, o que interessava à maioria das pessoas era o que não se podia ver, mas que ficara patente por aquela portentosa obra que eles tinham diante dos olhos: Nossa Senhora verdadeiramente apareceu a três humildes pastorinhos em Fátima.
A Lúcia, Jacinta e Francisco, de fato, mais do que ver o físico e pressentir o espiritual, foi dada uma visão bem mais abrangente da realidade: a Virgem,
"Abrindo as mãos, fê-las reflectir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projectar-se no sol. (...) Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, São José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul" [3].
Na última aparição da Virgem de Fátima, portanto, brilha aos videntes a imagem da Sagrada Família de Nazaré. Esse fato pode indicar – juntamente com uma recém-revelada carta da Irmã Lúcia ao Cardeal Carlo Caffarra [4] – que, realmente, "o confronto final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre a família e sobre o matrimônio". Quando o caminho ordinário de santificação da humanidade, que é o casamento, se encontra obstruído pela produção desenfreada da pornografia e pela popularização dos "pecados da carne" – os quais constituem, segundo resposta da Virgem à pequena Jacinta, a classe de pecados que mais ofende a Deus [5] –, o resultado só pode ser uma perda incalculável de almas (realidade a que a Mãe de Deus já tinha aludido, quando deu às mesmas crianças a visão do inferno).
Tal cenário desolador já tinha começado a delinear-se em Portugal, com a aprovação da lei do divórcio, em 1910, e a separação entre Estado e Igreja, em 1911. Compreensível, pois, que, soado o alarme, Nossa Senhora descesse do Céu para renovar à humanidade o apelo divino à conversão e à penitência.
Naquele 13 de outubro, em particular, a Virgem Santíssima tinha um pedido em especial, que ficaria gravado no coração dos pastorinhos. "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido" [6], ela dizia. Antes da agitação que se seguiria ao Milagre do Sol, é esta a mensagem que porta aos homens a toda santa Mãe de Deus: que os homens parem de pecar e ofender a Deus.
A observadores mundanos, tal recado – combinado com a ameaça de um severo castigo – poderia parecer "arcaico" ou mesmo "irrealista" para o homem moderno. – Um "espírito" que vem dos céus para falar de "pecado"? Em que século a autora dessas aparições acha que estamos? – Pois bem, é justamente no século XX que Nossa Senhora aparece, e é a mesma mensagem de dois mil anos atrás que ela carrega consigo: "Fazei tudo o que Ele vos disser" ( Jo 2, 5).
Se, por um lado, os tempos mudaram, o ser humano continua o mesmo e os perigos que rondavam a humanidade na época de Cristo não mudaram. Para ser católico e seguir Jesus, nada tão básico quanto o apelo de Fátima: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor". Ali, o Milagre do Sol não existia apenas para confirmar a aparição de Maria, mas para realizar um outro milagre, muito maior e mais extraordinário que qualquer outro prodígio [7]: a justificação das almas, a conversão dos pecadores. "Para que todos acreditem" em Jesus e, acreditando, tenham a vida eterna. Para que, de inimigos de Deus e habitantes do inferno, os homens se transformem em amigos de Deus e herdeiros do Céu. Para que se diga, enfim, desta civilização pagã e ateia, o que foi dito dos primeiros convertidos à fé: "Onde abundou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5, 20).
Por Equipe Christo Nihil Praeponere